segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A arte de ser Professor

                                            



Mas o que é ser professor? Qual a definição mais apropriada a esta palavra? Segundo o autor Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (2005) atribui o seguinte significado: “aquele que ensina uma ciência, arte, técnica; mestre”.
Nesse simples conceito, poderíamos englobar o papel real que o professor exerce? Possivelmente ficaria muito vago, remoto, mensurável.  Analisemos, em pormenores, e ainda não serão expostos todos os motivos, do porque apresentar tal afirmativa.
Qual o papel da escola? Acolher a todo cidadão em idade escolar, com o intuito de trazer o conhecimento necessário para o exercício da cidadania. Correto dizer então que, além do conhecimento científico, cabe também assimilação e compreensão dos valores fundamentais para se ter uma vida digna, de princípios idôneos. Nesse contexto, eis que surge o professor, ferramenta imprescindível nesse processo, já que ele vem a ser o mediador do conhecimento, o provocador e orientador do aluno no decorrer da aprendizagem.
O aluno, quando ingressa na escola, traz consigo uma bagagem sociocultural rica em conhecimento, este que até então, para ele, é a base da sua formação enquanto pessoa. Imaginem, agora, uma sala de aula repleta de alunos, vindos de diferentes realidades, diversas culturas, convivendo num mesmo espaço físico, pedagógico, tendo apenas a figura do professor como base pra se chegar até o conhecimento. Muitas vezes, alunos com déficit de aprendizagem, outros com alguma necessidade educacional especial, todos reunidos num mesmo ambiente, esperando a mesma oportunidade, de construir seus conceitos e utilizá-los como referência no seu cotidiano. Então, podemos dizer que a função do professor seria apenas ensinar alguma ciência, ou arte, ou técnica? Com certeza não.
O professor, além de educador, muitas vezes assume o papel delegado à família, de protetor, conselheiro, apoiador. Que ser humano não necessita de atenção, afeto, sentir-se importante? Faz parte do nosso desenvolvimento a afetividade. No entanto, quantos alunos não recebem tal sentimento, fundamental para a construção da sua personalidade. Muitas vezes, a rebeldia que certos alunos procuram transmitir diante dos colegas, enfrentando o professor, não passa de um simples pedido de socorro, de atenção, de carinho.
Dessa forma, acredito que o verdadeiro significado da palavra professor, além do já citado no início desta reflexão, pode ser reforçado como “sábio, pessoa capaz de cantar e encantar com bravura sua árdua tarefa; mestre cultivador de sonhos, orientador e provocador, que permite o indivíduo a realizar seu potencial cognitivo, afetivo e psicomotor; socializador do conhecimento; incentivador do aluno, para que ele busque desenvolver sua capacidade crítica, criativa e reflexiva, tornando-se ser capaz de exercer seus direitos e deveres no futuro”.

sábado, 24 de março de 2012

Você é fruto de suas escolhas



Fotos de FloresNão vivemos isolados, sozinhos, inertes ao que acontece ao nosso redor. Podemos viver em pequenos ou grandes grupos, mas sabemos da importância de fazer parte desse convívio coletivo. O que é necessário compreender para que as relações aconteçam de forma harmoniosa, portanto, é que, mesmo que tenhamos o poder do livre arbítrio, devemos respeitar o espaço e opinião do outro. Vivemos em uma sociedade que, apesar de muitas transformações, estas dando espaço ao poder de decisão e escolha do indivíduo, ainda exerce sua influência sobre as instituições de que fizemos parte, como a família, nosso primeiro contato, e a escola, onde buscamos nossa formação e desenvolvimento cognitivo, social e afetivo. Todavia, o que antigamente era suprimido, ignorado, devido ao moralismo imposto de forma pragmática, hoje pode ser superado, socializado, aceito como uma escolha, um direito adquirido, cabendo à sociedade respeitar e apreciar os novos valores constituídos. Tanto a família, como a escola, buscam acolher e orientar as escolhas feitas pelos indivíduos, apontando-lhes caminhos que colaboram no seu desenvolvimento tanto profissional, quanto pessoal e social. A partir daí, o que será construído posteriormente, vai da conduta de cada um, das suas escolhas. Na questão tão polêmica sobre as diferenças, as diversidades, há que se fazer a seguinte diferenciação, ou seja, todo o indivíduo tem o direito de realizar suas escolhas, assumindo com responsabilidade as suas ações, já que pertencemos a um grupo. No entanto, o que se percebe muitas vezes, são pessoas aproveitando-se de uma situação pessoal, que diz respeito às suas escolhas, induzindo a formação de certa problematização envolvendo o coletivo, ou parte dele, em suas frustrações, causando danos muitas vezes irreparáveis, tudo pela simples e única intenção de se autopromover. O que é desnecessário, pois somos fruto de nossas escolhas. É fundamental que façamos uma profunda reflexão acerca dos nossos direitos, e de que forma podemos agir e interagir sem prejudicar o espaço e o direito do outro. As escolhas que fizemos devem servir para o autoconhecimento, para o que é essencial a si próprio na formação da personalidade. A partir daí, envolver o outro em nossos interesses, já torna a questão coletiva, sendo imprescindível valorizar a opinião adversa da que pensamos, tornando as relações sociais um direito mútuo de opiniões.


terça-feira, 20 de março de 2012

Desenvolvimento Sustentável


O que é desenvolvimento sustentável?
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.

O que é preciso fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável?
Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente. Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.  Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais dos países. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade biológica, como o próprio crescimento econômico. O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.
Os modelos de desenvolvimento dos países industrializados devem ser seguidos?
O desenvolvimento econômico é vital para os países mais pobres, mas o caminho a seguir não pode ser o mesmo adotado pelos países industrializados. Mesmo porque não seria possível.
Caso as sociedades do Hemisfério Sul copiassem os padrões das sociedades do Norte, a quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes e a de recursos minerais, 200 vezes. Ao invés de aumentar os níveis de consumo dos países em desenvolvimento, é preciso reduzir os níveis observados nos países industrializados. Os crescimentos econômico e populacional das últimas décadas têm sido marcados por disparidades.  Embora os países do Hemisfério Norte possuam apenas um quinto da população do planeta, eles detêm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção de madeira mundial.
Desenvolvimento sustentável é um conceito sistêmico que se traduz num modelo de desenvolvimento global que incorpora os aspectos de desenvolvimento ambiental. Foi usado pela primeira vez em 1987, no Relatório Brundtland, um relatório elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criado em 1983 pela Assembleia das Nações Unidas.
A definição mais usada para o desenvolvimento sustentável é:
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O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais.
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Ao longo das ultimas décadas, vários têm sido os acontecimentos que marcam a evolução do conceito de desenvolvimento sustentável, de acordo com os progressos tecnológicos, assim como do aumento da conscientização das populações para o mesmo.
A terra como um planeta frágil, a ser protegido pela Humanidade.
O conceito de desenvolvimento sustentável é um conceito que abrange várias áreas, assentando essencialmente num ponto de equilíbrio entre o crescimento econômico, equidade social e a proteção do ambiente.
Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural adiciona um novo enfoque na questão social, ao afirmar que "… a diversidade cultural é tão necessária para a humanidade como a biodiversidade é para a natureza" torna-se "as raízes do desenvolvimento entendido não só em termos de crescimento econômico, mas também como um meio para alcançar um mais satisfatório intelectual, emocional, moral e espiritual”. Nessa visão, a diversidade cultural é a quarta área política do desenvolvimento sustentável.
Durante os últimos dez anos, diversas organizações têm tentado medir e monitorizar a proximidade com o que consideram a sustentabilidade através da aplicação do que tem sido chamado de métricas e indicadores de sustentabilidade.
O desenvolvimento sustentável é dito para definir limites para o mundo em desenvolvimento. Enquanto os atuais países de primeiro mundo, poluído significativamente durante o seu desenvolvimento, os mesmos países incentivam os países do terceiro mundo a reduzir a poluição, o que, por vezes, impede o crescimento. Alguns consideram que a implementação do desenvolvimento sustentável implica um retorno à estilos de vida pré-modernos.[31]
Além das Nações Unidas, outras entidades elaboram ainda outros modelos de indicadores, como no caso da Comissão Europeia, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e do Global Environment Outlook (GEO).
Os três componentes do Desenvolvimento sustentável
Sustentabilidade ambiental
A sustentabilidade ambiental consiste na manutenção das funções e componentes do ecossistema, de modo sustentável, podendo igualmente designar-se como a capacidade que o ambiente natural tem de manter as condições de vida para as pessoas e para os outros seres vivos, tendo em conta a habitabilidade, a beleza do ambiente e a sua função como fonte de energias renováveis.
As Nações Unidas, através do sétimo ponto das Metas de desenvolvimento do milênio procura garantir ou melhorar a sustentabilidade ambiental, através de quatro objetivos principais:
1- Integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas nacionais e reverter a perda de recursos ambientais.
2- Reduzir de forma significativa a perda da biodiversidade.
3- Reduzir para metade a proporção de população sem acesso a água potável e saneamento básico.
4- Alcançar, até 2020 uma melhoria significativa em pelo menos cem milhões de pessoas a viver abaixo do limiar da pobreza.
Sustentabilidade Econômica
A sustentabilidade econômica, enquadrada no âmbito do desenvolvimento sustentável é um conjunto de medidas e políticas que visam a incorporação de preocupações e conceitos ambientais e sociais. Aos conceitos tradicionais de mais valias econômicas são adicionados como fatores a ter em conta, os parâmetros ambientais e sócio-econômicos, criando assim uma interligação entre os vários setores. Assim, o lucro não é somente medido na sua vertente financeira, mas igualmente na vertente ambiental e social, o que potencia um uso mais correto quer das matérias primas, como dos recursos humanos. Há ainda a incorporação da gestão mais eficiente dos recursos naturais, sejam eles minerais, matéria prima como madeira ou ainda energéticos, de forma a garantir uma exploração sustentável dos mesmos, ou seja, a sua exploração sem colocar em causa o seu esgotamento, sendo introduzidos elementos como nível ótimo de poluição ou as externalidades ambientais, acrescentando aos elementos naturais um valor econômico.
Sustentabilidade Sócio-política
A sustentabilidade sócio-política centra-se no equilíbrio social, tanto na sua vertente de desenvolvimento social como sócio-econômica. É um veículo de humanização da economia, e, ao mesmo tempo, pretende desenvolver o tecido social nos seus componentes humanos e culturais. Neste sentido, foram desenvolvidos dois grandes planos: a agenda 21 e as metas de desenvolvimento do milênio.
Agenda 21 é um plano global de ação a ser tomada a nível global, nacional e local, por organizações das Nações Unidas, governos, e grupos locais, nas diversas áreas onde se verificam impactes significativos no ambiente. Em termos práticos, é a mais ambiciosa e abrangente tentativa de criação de um novo padrão para o desenvolvimento do século XXI, tendo por base os conceitos de desenvolvimento sustentável.
As Metas de Desenvolvimento do Milênio (MDM) surgem da Declaração do Milênio das Nações Unidas, adotada pelos 191 estados membros no dia 8 de Setembro de 2000. Criada em um esforço para sintetizar acordos internacionais alcançados em várias cúpulas mundiais ao longo dos anos 1990 relativos ao meio-ambiente e desenvolvimentodireitos das mulheresdesenvolvimento socialracismo, entre outras, a Declaração traz uma série de compromissos concretos que, se cumpridos nos prazos fixados, segundo os indicadores quantitativos que os acompanham, deverão melhorar o destino da humanidade neste século. Esta declaração menciona que os governos "não economizariam esforços para libertar nossos homens, mulheres e crianças das condições desumanas da pobreza extrema", tentando reduzir os níveis de pobreza, promovendo o bem estar social. Estes projetos são monitorizados com recurso ao Índice de Desenvolvimento Humano, que é uma medida comparativa que engloba três dimensões: riquezaeducação e esperança média de vida.
Estratégias nacionais de desenvolvimento sustentável
O capítulo 8 da Agenda 21 incentiva os países a adotarem estratégias nacionais de desenvolvimento sustentável (ENDS), estimulando-os a desenvolver e harmonizar as diferentes políticas setoriais, econômicas,crimes, sociais e ambientais e de planos que operam no país. O apelo à elaboração destes documentos estratégicos, que devem reforçar e harmonizar as políticas nacionais para a economia, as questões sociais e o ambiente, foi reforçado na Sessão Especial da Assembleia das Nações Unidas de 1997 (Rio+5), na Cimeira Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de 2002 em Joanesburgo (Rio+10).
A primeira revisão para estabelecer os elementos básicos de boas práticas foi um "Manual para NSDS" preparado por Carew-Reid et al. (1994) partindo das experiências compartilhadas por vários países, através de relatórios nacionais e regionais, durante um projeto liderado pela IUCN e IIED. Este trabalho preparou o terreno para a obra mais posterior. Foi construído em cima pelo CAD da OCDE no seu trabalho para produzir orientações para ENDS (CAD 2001), que estabeleceu os princípios acordados para a ENDS, mais tarde ecoou na UNDESA orientação desenvolvido na sequência de um workshop internacional (UNDESA 2002).
Na prática, é uma estratégia eficaz para o desenvolvimento sustentável reúne as aspirações e capacidades de governo, sociedade civil e do sector privado para criar uma visão para o futuro, e para trabalhar tacticamente e progressivamente para esses objetivos, identificando e construindo sobre "o que funciona", melhorando a integração entre as abordagens, fornecendo um quadro para fazer as escolhas que a integração não é possível. Estas estratégias incidem sobre o que é realmente praticável, pois com uma estratégia eficaz e abrangente poderá solucionar-se vários problemas ao mesmo tempo.
Assim, as ENDS apresentam 7 pontos chave, sendo tratados de forma integrada as questões econômicas, ambientais e sociais, a saber:
§  Transporte Sustentável
§  Consumo e produção sustentáveis
§  Conservação e gestão dos recursos naturais
§  Inclusão social, demografia e migração
§  A pobreza no mundo

Agenda 21 local
agenda 21 local é um processo pelo qual as entidades nacionais se envolvem com a comunidade civil na elaboração de uma estratégia conjunta, e com um plano de ação que vise melhorar a qualidade de vida a nível local. Têm como objetivo aplicar as recomendações da Agenda 21, ao nível local, envolvendo as entidades governamentais locais, sector empresarial e industrial e sociedade civil.
Sugestões para o desenvolvimento sustentável:

-  Reciclagem de diversos tipos de materiais: reciclagem de papel, alumínio, plástico, vidro, ferro, borracha, etc;
- Coleta seletiva de lixo;
- Tratamento de esgotos industriais e domésticos para que não sejam jogados em rios, lagos, córregos e mares;
- Descarte de baterias de celulares e outros equipamentos eletrônicos em locais especializados. Estas baterias nunca devem ser jogadas em lixo comum;
- Geração de energia através de fontes não poluentes como, por exemplo, eólica, solar e geotérmica.
- Substituição, em supermercados e lojas, das sacolas plásticas pelas feitas de papel;
- Uso racional (sem desperdício) de recursos da natureza como, por exemplo, a água;
- Diminuição na utilização de combustíveis fósseis (gasolina, diesel), substituindo-os por biocombustíveis;
- Utilização de técnicas agrícolas que não prejudiquem o solo;
- Substituição gradual dos meios de transportes individuais (carros particulares) por coletivos (metrô);
- Criação de sistemas urbanos (ciclovias) capazes de permitir a utilização de bicicletas como meio de transporte eficiente e seguro;
- Incentivo ao transporte solidário (um veículo circulando com várias pessoas);
- Combate ao desmatamento ilegal de matas e florestas;
- Combate à ocupação irregular em regiões de mananciais;
- Criação de áreas verdes nos grandes centros urbanos;
- Manutenção e preservação dos ecossistemas.
- Valorização da produção e consumo de alimentos orgânicos.
- Implantação, nos grandes centros urbanos, da técnica do telhado verde.
Estas são apenas algumas sugestões para que o ser humano consiga estabelecer o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a manutenção do meio ambiente. Desenvolvimento sustentável é o grande desafio do século XXI e todos podem colaborar para que possamos atingir este importante objetivo. A primeira etapa para conquistar o desenvolvimento sustentável é reconhecer que os recursos naturais são finitos. Usar os bens naturais, com critério e planejamento. A partir daí, traçar um novo modelo de desenvolvimento econômico para a humanidade.
É um modo de consumir capaz de garantir não só a satisfação das necessidades das gerações atuais, como também das futuras gerações. Isso significa optar pelo consumo de bens produzidos com tecnologia e materiais menos ofensivos ao meio ambiente, utilização racional dos bens de consumo, evitando-se o desperdício e o excesso e ainda, após o consumo, cuidar para que os eventuais resíduos não provoquem degradação ao meio ambiente. Principalmente: ações no sentido de rever padrões insustentáveis de consumo e minorar as desigualdades sociais. Adotar a prática dos três “R”: o primeiro R, de REDUÇÃO, que se recomenda evitar adquirir produtos desnecessários; o segundo R, de REUTILIZAÇÃO, que sugere que se reaproveite embalagens, plásticos e vidros, por exemplo; por fim, o terceiro e último R, de RECICLAGEM, que orienta separar o que pode ser transformado em outro produto ou, então, em produto semelhante.
Para alcançarmos o Desenvolvimento Sustentável, a proteção do ambiente deve ser entendida como parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente. Questiona-se então, qual a diferença entre crescimento e desenvolvimento? A diferença é que o crescimento não conduz automaticamente à igualdade nem à justiça sociais, pois não leva em consideração nenhum outro aspecto da qualidade de vida a não ser o acúmulo de riquezas, que se faz nas mãos apenas de alguns indivíduos da população. O desenvolvimento, por sua vez, preocupa-se com a geração de riquezas sim, mas tem o objetivo de distribuí-las, de melhorar a qualidade de vida de toda a população, levando em consideração, portanto, a qualidade ambiental do planeta.


Texto retirado de documentários eletrônicos, com algumas reflexões.

segunda-feira, 19 de março de 2012

A IMPORTÂNCIA DOS ESPAÇOS E TEMPOS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL


 O ambiente escolar tem como função primordial criar espaços e oportunidades para que as crianças se desenvolvam através de atividades lúdicas, tanto em sala de aula como fora dela, permitindo que os conhecimentos sejam construídos de maneira interessante, envolvente, provocadora, possibilitando que o educando se desenvolva como um todo.
            O autor Domingos Paschoal Cegalla (2005), trouxe o seguinte conceito da palavra ambiente no Dicionário Escolar da Língua portuguesa:
1 Conjunto de elementos físicos que nos rodeiam; o meio fisico em que estamos: A poluição agride o ambiente.2 Lugar, recinto: É um spray para grandes ambientes. 3 Conjunto geral de condições que envolvem alguém; clima: Saiu logo da festa porque não tinha ambiente. 4 adj. Que cerca, circunda ou envolve os corpos por todos os lados: Controle da temperatura ambiente. (p. 58)
            Através desses conceitos, pode-se citar aqui para uma relação mais precisa entre a criança-escola, o adjetivo que cerca, circunda e envolve os corpos por todos os lados. Isso porque a escola é um ambiente onde são propostos, ou deveria ser, espaços desafiadores em todos os cantos, oportunizando a criança a exploração, envolvimento e socialização com diferentes culturas, já que cada participante desse processo educativo traz consigo uma grande diversidade sócio-histórico-cultur
            Bassedas, Huguet e Solé (1999) trazem que:
O ambiente é definido por elementos, espaços, condições, situações e relações que fazem parte do contexto da criança e que incidem no seu desenvolvimento. O meio é o que abarca os ambientes e os objetos físicos, bem como as organizações e as relações sociais imediatas dos outros âmbitos que, mesmo com o seu caráter mediador (por exemplo, a televisão), e a sua distância física e temporal, estão estreitamente relacionadas com os interesses da criança e despertam sua curiosidade e seus desejos de saber. (p.71)
A criança necessita que a ela sejam dadas possibilidades, não somente na escola, mas no ambiente familiar e no meio onde está inserida. Tudo para que possa desfrutar de sua infância, às vezes deixada de lado para assumir a responsabilidade e comportamento do mundo adulto.
O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil afirma que:
O espaço deve propiciar condições para que as crianças possam usufruí-lo em benefício do seu desenvolvimento e aprendizagem. Para tanto, é preciso que o espaço seja versátil e permeável à sua ação, sujeito às modificações propostas pelas crianças e pelos professores em função das ações desenvolvidas. (Volume I, 1998, p. 69).
A aprendizagem em um ambiente escolar deve estar relacionada com a organização dos tempos e espaços a serem propostos na educação do sujeito. Para isso, é necessário o envolvimento da instituição em oferecer um ambiente acolhedor, afetivo e provocador das aprendizagens, o que torna responsabilidade do educador organizar de forma lúdica e educativa os espaços, e função da escola oferecer recursos para que as estruturas espaços-temporais sejam proporcionadas.
A partir do Dicionário Aurélio da Lingua Portuguesa, do autor Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (2004) traz-se o conceito do aprender:
1 Tomar conhecimento de: aprender a lição.2 Tornar-se capaz de algo, graças a estudo, observação, experiência, etc.: Aprendeu a falar inglês. 3 Adquirir conhecimentos ou experiência: Aprendeu a costurar com a mãe. 4 Tomar conhecimento de algo, retê-lo na memória, graças a estudo, observação, experiência, ect.[conjug: [aprend]er]. (p. 60)
            O conceito de aprender que estabelece uma relação mais condizente com o ambiente escolar e a criança cita tornar-se capaz de algo, graças a estudo, ou seja, ao envolvimento, à observação, as vivências e as descobertas a partir dessa exploração. A escola deve oportunizar um ambiente desafiador capaz de propiciar que a criança seja ativa, participante, curiosa, desenvolvendo assim suas capacidades de aprender.
Assim, o desenvolvimento cognitivo ocorre pelo processo de internalização das vivências e  da relação que a criança estabelece com o meio em que está inserida, socializando suas descobertas a partir dos instrumentos oferecidos pela cultura ali existente, uma vez que esse processo de aprendizagem se constrói de fora para dentro, através do contato com o meio, com o outro.
Ao trazer o conceito de tempo, de acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa do autor Domingos Paschoal Cegalla (2005) pode-se dizer que:
Tempo quer dizer: 1 Sucessão dos anos, dias, das horas, etc.: O tempo implacável fez o trio cair no esquecimento. 2 período cuja duração se especifica: Já faz um bom temo que ele não trabalha. 3 Disponibilidade: Agora não temho tempo. 4 Época: Naquele tempo a vida era mais difícil. 5 Período do ano em que se dão certos fenômenos naturais; estação: Ainda não é tempo de manga. 6 Duração: Encurtei o tempo do trajeto. 7 (Mús.) cada uma das unidades do compasso: A mínima equivale a dois tempos e a semínima, a um tempo. 8 Cada um dos dois períodos em que se divide a partida de futebol ou outras competiçoes esportivas: Os gols só saíram no segundo tempo. 9 estada: Nosso tempo na Françaestava para terminar. 10 Conjunto de condições metereológicas: O tempo bom favoreceu o espetáculo. 11 Ocasião propícia para alguma coisa: Já é tempo de escolher uma esposa. 12 Prazo: É melhor dar um tempo [...] (p. 816)
            Para fazer uma relação entre espaço-tempo na aprendizagem infantil, traz-se o conceito de tempo como um período cuja duração se especifica. Quer dizer das rotinas propostas pela escola. Quando a criança vem para a sala de aula, o educador apresenta na sua prática pedagógica a organização das rotinas a ser propiciadas às crianças, respeitando a singularidade de cada uma, o seu tempo de desenvolvimento e o seu contexto.
            A criança, ao ingressar na escola, traz consigo a sua rotina diária, os seus hábitos e vontades. Cabe ao educador, com o apoio da escola, oferecer um espaço em que possa ser organizadas as diferentes rotinas que ali se estabelecerão, procurando fazer uma inter-relação entre elas, para que possa se desenvolver as aprendizagens de forma lúdica e significante.
Porém, Bertolini (1996, p. 530) apud Barbosa (2006) diz que:
O excesso de rotinização impede a exploração, a descoberta, a formulação de hipóteses sobre o que está para acontecer. Em outras palavras: trata-se de combinar routine e variação, de oferecer à criança um andaime, uma estrutura feita de tempo, espaço, fórmulas verbais que lhes permitam a exploração, a inferência, a decifração do que acontece, os experimentos mentais sobre quando sucede. (p. 44)
Essa preocupação referente ao excesso de rotinização no ambiente escolar diz do educador  trazer o conhecimento pronto para a criança sem mesmo respeitar o seu conhecimento prévio, as suas vivências trazidas para a sala de aula, as quais podem colaborar na diversificação e ampliação das culturas, das aprendizagens.
Bassedas, Huguet e Solé (1999) citam que:
O tempo e aprender e o tempo de viver e crescer não estão separados e, em todo momento, a criança cresce e parende graças à ação educativa das pessoas que a envolvem e às experiências que tem no seu contexto. Por esse motivo, quando planificamos o que faremos na sala de aula ou na escola, devemos considerar todos os momentos da jornada refletindo e valorizando os diferentes aspectos que aqui incidem. (p. 100)
Assim, considera-se a importância dos espaços, as situações de aprendizagens ali desenvolvidas, a equipe ativa no processo e a organização temporal. A escola como um espaço privilegiado da criança, precisa aplicar a sua pedagogia através do olhar da criança, dialogar de acordo com a sua linguagem, lembrando sempre que o lúdico é a linguagem da criança.
A educadora Maria do Socorro Feitosa, do CEI  da Mina (2000) fala que:
Aprender a gerir o espaço e saber cuidar dos materiais de uso coletivo é um desafio para as crianças. No início, é o adulto que dá o norte para esta organização, mas deve incluir gradativamente as crianças no aprendizado. Nesse sentido, as rodas de conversas p´revias e posteriores à organização ajudam as crianças a irem construindo autonomia no uso do espaço coletivo. (s/p)
A estruturação do espaço físico, a forma como os materiais estão dispostos e organizados influenciam os processos de ensino e de aprendizagem e auxiliam a construção da autonomia na criança. Para desenvolver sua identidade, é fundamental que ela sinta-se protegida e esteja inserida em um ambiente estável, conhecido e acolhedor. Os espaços são concebidos como componentes ativos do processo educativo e neles estão refletidas as concepções de educação assumidas pelo educador e pela escola.
            Dutoit (1995, p. 74) citada por Barbosa (2006), aponta a centralidade do conceito de rotina na ação pedagógica para as crianças de creche e pré-escola. Ela diz que:
A rotina é considerada como algo estanque, inflexível, até pela definição da própria palavra, porém ela é a espinha dorsal de uma creche e através dela são organizados o tempo, o espaço e o conjunto de atividades destinadas às crianças e aos educadores. [...] A rotina representa a concepção que se tem de educação, homem e sociedade e, principalmente, a concepção de infância, porque traduz  através dos fazeres o que se compreende da função de uma creche. (p. 109)

 O espaço físico pode ser transformado em espaço educativo, dependendo da atividade que nele acontece. A criança, ao estabelecer relações entre o mundo e as pessoas, interage com o meio, manifestando suas emoções, seus sentimentos, suas conquistas, que podem modificar o ambiente.
As autoras Barbosa e Horn (2001) citam que “compartilhamos da idéia de que o espaço físico e social é fundamental para o desenvolvimento das crianças na medida em que ajuda a estruturar as funções motoras, sensoriais e simbólicas, lúdicas e relacionais”. ( p.73).
A escola é um espaço de trocas e de construções coletivas definidas na sua filosofia, nos princípios educativos implícitos no projeto pedagógico assumido pela equipe escolar. É importante que a sala de aula seja um lugar provocador das aprendizagens, respeitando a diversidade cultural que cada criança traz consigo, o seu contexto,  já que será nesse ambiente que as crianças irão vivenciar as suas experiências e descobertas.

Barbosa (2006) diz que:
Não percebemos espaços, senão lugares, isto é, espaços elaborados, construídos. Espaços com significados e representações de espaço. Representações de espaço qque visualizam ou contemplam, que se rememoram ou recordam, mas que sempre levam consigo uma interpretação determinada. Uma interpretação que é o resultado não apenas da disposição material de tais espaços, como também de sua dimensão simbólica. Nada é melhor do que falar; nesse caso, no valor didático do símbolo, um aspecto a mais da dimensão educativa do espaço. (p. 119)
Nesse ambiente construtivo, surgem idéias a serem cuidadosamente trabalhadas. A sala é o lugar do jogo, do faz de conta, da socialização, da liberdade e do desenvolvimento da imaginação. Lugar em que as crianças sentem-se seguras, integrantes das aprendizagens, desafiadas a pensar, se envolver, para que  favoreçam seu desenvolvimento.
 A tarefa do professor está voltada para provocar o desejo da criança em buscar as aprendizagens. Ele a instiga e organiza diferentes situações recreativas, sociais, lúdicas, para que ela venha a participar, com autonomia e interesse, da construção do seu próprio conhecimento.
As trocas realizadas no ambiente escolar são fundamentais para o desenvolvimento da criança, sendo que através delas, abrem-se outras possibilidades de aprendizagens. Horn (2004, p. 16) destaca que o espaço físico “não é algo dado, natural, mas sim construído”. A escola constitui-se em lugar ideal para oportunizar não só aprendizagem, mas também a criticidade, criatividade, interação e convivência.
Barbosa e Horn (2001) afirmam que:
As aquisições sensoriais e cognitivas das crianças têm estreita relação com o meio físico e social, pois ele ajuda a estruturar as funções motoras, sensoriais, simbólicas, lúdicas e relacionais. “Ao desenvolver seu esquema corporal, sua percepção ultrapassa as fronteiras do eu e do não-eu, aprendendo a lidar com as cobranças do contexto no qual estão inseridas” (p.75).
No ambiente físico, a criança tem a oportunidade de manifestar seus desejos, tocar, sentir, emitir e escutar sons e palavras, construir regras que normatizam o uso de diferentes espaços, móveis, equipamentos e instrumentos. Isso lhe permite observar, categorizar, escolher e propor atividades a serem desenvolvidas em sala de aula.
Frago e Escolano (1998, p. 26) apud Barbosa (2006) trazem que “o ambiente é fundamental na constituição dos sujeitos, por ser um mediador cultural tanto da gênese como da formação dos primeiros esquemas cognitivos e motores, ou seja, um elemento significativo do currículo, uma fonte de experiência e aprendizagem”.  (p. 121)
O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (1998) diz que:
É aconselhável que os locais de trabalho, de uma maneira geral. Acomodem confortavelmente as crianças, dando o máximo de autonomia para o acesso e uso dos materiais. Espaços apertados inibem a expressão artística, enquanto os espaços suficientemente amplos favorecem a liberdade de expressão. Vale lembrar que os locais devem favorecer o andar, o correr e o brincar das crianças. Devem, também, ser concebidos e equipados de tal forma que sejam interessantes para as crianças, ativando o desejo de produzir e o prazer de estar ali. Precisam, igualmente, permitir o rearranjo do mobiliário de acordo com as propostas. Faz parte do processo criativo uma certa desordem no local causada, por exemplo, pela variedade de materiais utilizados. A arrumação do espaço ao término das atividades deve envolver a participação das crianças. O espaço deve possibilitar também a exposição dos trabalhos e da sua permanência nesse local pelo tempo que for desejável. (p.110)
Um ambiente favorecedor do desenvolvimento da autonomia da criança está intrinsecamente relacionado ao seu planejamento. A possibilidade de atuar livremente favorece diferentes aprendizagens, uma vez que a criança escolhe, decide, levanta suas hipóteses, aguça sua capacidade crítica e criativa.
            Porém torna-se necessário que o professor ofereça situações lúdicas e provocantes, capazes de propiciar à criança o desenvolvimento do seu imaginário, da sua capacidade de observação e investigação do meio que a cerca. Assim, ela estabelece suas relações com o outro e o espaço.
Barbosa e Horn (2001, p. 73) destacam que, ao pensar no espaço para as crianças, deve-se levar em consideração que o ambiente é composto por gosto, toque, sons e palavras, regras de uso do espaço, luzes e cores, odores, mobílias, equipamentos e ritmos de vida. Também é importante educar as crianças no sentido de observar, categorizar, escolher e propor, possibilitando-lhes interações com diversos elementos.
O professor da Educação Infantil ocupa a função de mediador, o que lhe permite observar comportamentos e interagir sobre eles. Em algumas situações, ele intervém, instigando a criança a pensar, a refletir sobre o que está acontecendo. Nem sempre é necessário intervir, pois muitas vezes, as próprias crianças resolvem as situações-problema e encaminham soluções.
O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil menciona que:
O trabalho com o espaço pode ser feito, também, a partir de situações que permeiam o uso de figuras, desenhos, fotos e certos tipos de mapas para a descrição e representação de caminhos, itinerários, lugares, localizações, etc. Pode-se aproveitar, por exemplo, passeios pela região próxima à instituição ou a locais específicos, como a praia, a feira, a praça, o campo, para incentivar a pesquisa de informações sobre localização, caminhos a serem percorridos, etc. Durante esses trabalho, é possível introduzir nomes de referência da região, como bairros, zonas ou locais aonde se vai, e procurar localizá-los nos mapas ou guias da cidade. (p. 233)
            Nessa visão, o educador deve propor em sua prática pedagógica, não somente o espaço delimitado da sala de aula, mas envolver o contexto em que seus alunos estão inseridos, valorizar a realidade de cada um e trazer para o desenvolvimento das aprendizagens a diversidade cultural que o meio proporciona. O conhecimento está muito além do que os cantinhos na escola, mas nas ruas, nos ambientes produtores de informações, nas vivências das crianças. Ao promover a inter-relação entre todos os participantes desse processo, cada um, no seu tempo, construirá suas habilidades cognitivas, afetivas e psicomotoras.
Sabe-se que o conhecimento é construído por meio das relações entre os seres humanos, num processo de trocas e mediações que desencadeia a produção e reprodução de saberes práticos, conceitos, valores, formas de relação. Por intermédio de relações significativas com o conhecimento, num confronto permanente entre aquilo que já se sabe e o novo, o ser humano aprende e desenvolve-se cognitiva e emocionalmente.

Texto retirado de documentários eletrônicos, com algumas reflexões.